{"id":2925,"date":"2022-03-08T10:50:49","date_gmt":"2022-03-08T13:50:49","guid":{"rendered":"https:\/\/www.santosesantana.com.br\/?p=2925"},"modified":"2022-03-30T07:21:44","modified_gmt":"2022-03-30T10:21:44","slug":"e-sobre-isso-nos-podemos-mudar-o-cenario-quando-falamos-a-respeito-da-desigualdade-de-genero","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.santosesantana.com.br\/en\/e-sobre-isso-nos-podemos-mudar-o-cenario-quando-falamos-a-respeito-da-desigualdade-de-genero\/","title":{"rendered":"\u00c9 sobre isso: n\u00f3s podemos mudar o cen\u00e1rio quando falamos a respeito da desigualdade de g\u00eanero"},"content":{"rendered":"
Na interlocu\u00e7\u00e3o das grandes multinacionais com o mercado, cada vez mais se observa a indica\u00e7\u00e3o da igualdade de g\u00eanero como valor institucional. Muitas mulheres, de fato, dominam esses ambientes, contribuindo para seu desenvolvimento.<\/p>\n\n\n\n
Bancas de advocacia tamb\u00e9m s\u00e3o formadas pela presen\u00e7a de mulheres admir\u00e1veis, combativas e brilhantes, que auxiliam os processos decis\u00f3rios importantes para os clientes e a constru\u00e7\u00e3o reputacional dos escrit\u00f3rios.<\/p>\n\n\n\n
Embora tenham maior participa\u00e7\u00e3o ano ap\u00f3s ano, pesquisas e indicadores sociais apontam que ainda h\u00e1 diferen\u00e7as de remunera\u00e7\u00e3o entre homens e mulheres para posi\u00e7\u00f5es id\u00eanticas (cerca de 30% menor para elas), e a dificuldade da inclus\u00e3o de mulheres na alta lideran\u00e7a (menos de 15% dos cargos de diretoria e ger\u00eancia s\u00e3o compostos por mulheres, com 25% de remunera\u00e7\u00e3o menor que homens).<\/p>\n\n\n\n
Falar sobre o assunto abertamente \u00e9, portanto, de suma import\u00e2ncia, inclusive para buscar a mudan\u00e7a nesse cen\u00e1rio de injusti\u00e7a sexista.<\/p>\n\n\n\n
A desigualdade entre os sexos se demonstra desde o acesso aos postos de trabalho, em qualquer faixa et\u00e1ria, sendo mais gritante a distin\u00e7\u00e3o de cargos e sal\u00e1rios quando se envolvem mulheres negras, as quais s\u00e3o as mais prejudicadas nessa cadeia. A elas, infelizmente, restam os postos de servi\u00e7os mais b\u00e1sicos, com diferen\u00e7a de remunera\u00e7\u00e3o que chega a 60% ou at\u00e9 80% em rela\u00e7\u00e3o ao homem, e ainda \u00e9 30% menor em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s mulheres brancas, para mesmas posi\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n
Os trabalhos n\u00e3o remunerados, ditos dom\u00e9sticos, tamb\u00e9m influenciam nos resultados das avalia\u00e7\u00f5es, pois s\u00e3o entraves para oportunidades e defini\u00e7\u00e3o de escolhas masculinas por alguns recrutadores. Se as mulheres possuem filhos, est\u00e3o gestantes ou s\u00e3o rec\u00e9m-casadas, elas simplesmente n\u00e3o passam no filtro das oportunidades. (No cen\u00e1rio atual de home office, a exist\u00eancia dos \u201cfilhos\u201d passou a ser um \u201cproblema\u201d ainda mais evidente.)<\/p>\n\n\n\n
A aus\u00eancia de uma regulamenta\u00e7\u00e3o sancionat\u00f3ria que determine o tratamento equ\u00e2nime entre homens e mulheres nas rela\u00e7\u00f5es laborais permite que essas desigualdades fiquem gritantes, sendo insuficiente a previs\u00e3o na Carta Magna de que eles s\u00e3o iguais perante a lei.
A baixa representatividade de mulheres no cen\u00e1rio pol\u00edtico tamb\u00e9m contribui para a perman\u00eancia desse cen\u00e1rio de injusti\u00e7a social sexista, pois a aus\u00eancia de interlocu\u00e7\u00e3o nas Assembleias Legislativas municipais, C\u00e2mara de Deputados e Congresso Nacional n\u00e3o permite que seja alcan\u00e7ado o n\u00famero necess\u00e1rio de parlamentares que validem o interesse para que projetos legislativos de defesa de direitos de mulheres sejam efetivamente realizados.<\/p>\n\n\n\n
Enquanto n\u00e3o podemos transformar o cen\u00e1rio atual, que ainda indica um longo caminho a trilhar pol\u00edtica e socialmente para supera\u00e7\u00e3o das desigualdades, alguns comportamentos comuns no dia a dia podem ser alterados no sentido de \u201ceducar\u201d colaboradores e gestores na comunica\u00e7\u00e3o entre os sexos e no reconhecimento da import\u00e2ncia feminina no ambiente de trabalho.<\/p>\n\n\n\n
Pesquisas sobre o assunto demonstram, por exemplo, que mulheres se sentem bem menos \u00e0 vontade que os homens em diversos aspectos do relacionamento com a lideran\u00e7a, seja para apontamento de diverg\u00eancias, seja para indica\u00e7\u00e3o de ideias mais arrojadas, seja na discuss\u00e3o sobre benef\u00edcios e sal\u00e1rios. O est\u00edmulo dos gestores a uma comunica\u00e7\u00e3o mais aberta sobre tais assuntos certamente pode melhorar os resultados nessa rela\u00e7\u00e3o e aumentar a produtividade.
Na comunica\u00e7\u00e3o propriamente dita, homens precisam dar mais voz \u00e0s mulheres, as quais usualmente sofrem por n\u00e3o serem ouvidas, por serem interrompidas nas suas comunica\u00e7\u00f5es, por sentirem a falta de reconhecimento de seus m\u00e9ritos profissionais, e at\u00e9 pelo fato de lhes ser usurpada a autoria deles. Dificilmente h\u00e1 alguma mulher que n\u00e3o tenha uma \u201chist\u00f3ria triste\u201d para contar sobre o assunto.<\/p>\n\n\n\n
Portanto, enquanto aguardamos pol\u00edticas sociais mais justas na quest\u00e3o de g\u00eanero, cabe \u00e0 sociedade civil, nas pessoas de homens e mulheres, manterem aberto o canal de fala sobre o assunto, e se auxiliarem diuturnamente a viver em harmonia, lutando para que as oportunidades sejam dadas em igualdade de condi\u00e7\u00f5es entre os sexos, respeitando-se as diferen\u00e7as naturais entre os seres humanos, mas tamb\u00e9m, promovendo a\u00e7\u00f5es e comportamentos que valorizem a pot\u00eancia das contribui\u00e7\u00f5es do lado feminino, o qual notoriamente, sofre muito mais com as desigualdades impostas nas rela\u00e7\u00f5es de trabalho.<\/p>\n\n\n\n